
Com saltos tecnológicos cada vez mais rápidos, as Deep Techs – startups que utilizam ciência avançada e inovação tecnológica disruptiva, como Inteligência Artificial, blockchain e nanotecnologia – vêm crescendo e ganhando espaço no Brasil e no mundo. Dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostram uma estimativa de que os investimentos nas Deep Techs na América Latina devem crescer em 20 vezes até o ano de 2032, saltando de US$ 172 milhões para US$ 3,44 bilhões.
As soluções geradas pelas Deep Techs têm capacidade de transformar o mercado e potencial para liderar grandes mudanças, inclusive estabelecer novas indústrias e reinventar as atuais. São startups que trabalham com tecnologias baseadas em conhecimentos científicos com alta complexidade de desenvolvimento. Em relação a outras startups, levam mais tempo para pesquisa e desenvolvimento do produto e comercialização. Demandam mais investimento e envolvem mais riscos.
Relatório mostra 875 Deep Techs no Brasil
O Relatório Deep Techs Brasil 2024 – realizado pela Emerge, com parceria da American Chemical Society, Cubo Itaú e Suzano Ventures – , apresentou 875 Deep Techs mapeadas no Brasil, com 65% delas na região Sudeste, e 62% criadas nos últimos cinco anos. Do total, 1,7% estão na fase de pesquisa básica; 29,1% na fase de implementação; e 69,2% na fase de desenvolvimento de tecnologia. Subvenção, fomento público e investidores anjo representam 70% dos aportes financeiros a essas empresas.
As áreas de maior concentração incluem saúde humana e farmacêutica, com 243 startups, e o agronegócio e saúde animal, com 202 startups. Outros setores em destaque são química, petroquímica e materiais (71 startups), e meio ambiente e sustentabilidade (56 startups). Apesar do potencial criativo e da notável produção científica do Brasil, o relatório destaca os desafios enfrentados na conversão desse conhecimento em inovação prática. O país ocupa apenas a 50ª posição no Global Innovation Index 2024, revelando a necessidade de maior integração entre a pesquisa acadêmica e a aplicação industrial.
Mapeamento do Join.Valle lista oito Deep Techs no município
A terceira edição do Mapeamento de Startups de Joinville, realizado em 2024, com lançamento no mês de dezembro, listou oito Depp Techs no município, em diferente estágios:
Rebondx
DF Plásticos
Nanobiocell
DBM Nano
Rezeus
Visão 4D
Noctua
Nório Nanotecnologia
A pesquisa é realizada a cada dois anos pelo Join.Valle, com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SDE). No ano de 2022 não havia Deep Techs mapeadas. O mapeamento revela um crescimento de 35% no número de startups ativas no município, um salto de faturamento e aumento na quantidade de funcionários.
Proposta de estratégia nacional está sendo desenvolvida
Com o objetivo de alavancar o crescimento das Deep Techs no Brasil, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) se juntou à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outras instituições, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Sebrae, para desenvolver uma proposta de Estratégia Nacional de Apoio ao Desenvolvimento das Startups Deep Techs e seus Ecossistemas no País.
Características das Deep Techs
Têm como foco grandes desafios sociais e ambientais da atualidade;
Desenvolvem soluções de alta complexidade baseadas em avanços científicos;
Operam na convergência de mais de uma área de conhecimento, combinando diferentes tecnologias;
Aproveitam os avanços da tecnologia de informação para o desenvolvimento de produtos com grande potencial de transformação de mercados;
Catalisam o desenvolvimento do ecossistema de inovação que une universidades e centros de pesquisa, empresas, startups, investidores, governos, facilitadores e usuários.
Alguns exemplos de áreas de atuação das Deep Techs
Robótica: drones e robôs humanóides, de armazém e de entrega
Tecnologia espacial: nanossatélites, internet baseada no espaço, manufatura espacial, estações espaciais privadas, foguetes reutilizáveis
Biotecnologia: biomateriais, agricultura molecular, software de edição genética, fermentação de precisão, proteínas alternativas, sementes geneticamente modificadas, bioimpressão
Blockchain: web 3.0, criptomoedas, carteiras digitais, contratos inteligentes
Mobilidade avançada: veículos elétricos e autônomos, hyperloop, aeronaves elétricas, supersônicas e hipersônicas
Inteligência Artificial (IA): modelos de linguagem de larga escala; algoritmos avançados de recomendação; texto para imagens, vídeo e som; modelos de difusão
Tecnologia limpa: energia solar e eólica avançada, hidrogênio verde, baterias avançadas, smart grids, microgrids, tecnologias de captura de carbono, fusão nuclear, energia geotérmica profunda
Nanotecnologia: nanosensores, nanomateriais, nanorobôs, nanocápsulas
Computação infinita: computação quântica, 5G-6G, internet das coisas, comunicação quântica, biocomputação, metaverso, realidade virtual e aumentada
Materiais avançados: grafeno, bioplástico, nanotubos de carbono, supercondutores, fibra de carbono, metamateriais, cristais fotônicos
Tecnologia da saúde: vacinas RNA, interfaces computador-cérebro, terapias de gene, cirurgias robóticas, medicina regenerativa, implantes e órgãos de impressão 3D
Manufatura avançada: robôs industriais; gêmeos digitais; nanomanufatura; construções em impressão 3D; processamento a laser; impressoras 3D avançadas multimaterial, de metal etc.
Informações de apoio para construção deste conteúdo: Agência de Notícias da Indústria (CNI); site da Finep; site do Sebrae; e Relatório da Emerge Brasil
Sobre o Join.Valle
O Join.Valle é uma instituição que promove a inovação e o empreendedorismo e fortalece o ecossistema de Joinville e região. Tem como propósito ser um agente transformador, que oportuniza conexões, fomenta negócios e impulsiona o desenvolvimento econômico. Desta forma, contribui para que a cidade seja um dos melhores lugares para se viver e empreender. Sustentabilidade, ética e colaboração são valores que o Join.Valle imprime em suas ações, projetos e programas.